terça-feira, 14 de julho de 2009

POEMA URBANO

Andei pela cidade dispersa
Pela cidade dos rios mortos,
De um porto ás escuras
Buscando teus olhos
No néon dos bares,
Buscando teus passos
Nas pedras do mercado
No papel amassado
Jogado na calçada.

Andei entre restos de comida,
Cheiro de azeite adormecido,
Brumas de café requentado,
Apenas para sentir outra vez
O odor das quitandas
E dos botecos,
O odor das tuas entranhas,
Dos teus cabelos,
Da tua lira sem voz,
Da tua lira cega e surda,
Dos versos que jogaste ao vento
Como quem arremessa um beijo.


Lívia Petry

Maio de 2009

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